domingo, 23 de dezembro de 2012

Dossier - K2

Além dos posts sobre as minhas aventuras, eu também vou reunir nesse blog informações simples e concisas sobre alguns destinos turísticos mais populares.

Começando, hoje, pela minha montanha favorita: o K2.

 
Heheh
O K2, também conhecido como "A montanha selvagem", é o segundo cume mais alto do mundo, localizado na cordilheira de Karakoram, na divisa entre o Paquistão e a China. O cume mais alto é claro, o Monte Everest, na cordilheira do Himalaia.

O pico se eleva a impressionantes 8.611m de altura, porém no ranking de proeminência, ele é classificado como a vigésima-segunda montanha mais proeminente, com uma proeminência de  4.017m. A proeminência é medida pela diferença de altitude entre o passo, ou colo, mais alto da montanha e seu cume.

O apelido da montanha se deve ao fato de que, apesar de ser mais baixo do que o Monte Everest, O K2 é uma escalada muito mais difícil e perigosa do que o seu primo mais velho. Enquanto o Everest é basicamente uma caminhada até o topo, o K2 possui vias de escalada técnica que, honestamente, já seriam difíceis de se completar ao nível do mar.

O Bottleneck
Depois, é necessário passar por uma belíssima área conhecida como "The Bottleneck", belíssima no sentido de mortalmente belíssima. Um imenso barranco de neve, no qual de um lado espera uma queda de 1.000m(tempo o bastante para se arrepender de todos os seus erros, especialmente o erro de querer escalar o K2), e do outro um muro de Seracs, formações de gelo que se quebram com frequência, causando avalanches(que se pegarem você no bottleneck, ou te limpam da face da montanha(e, consequentemente, da terra), ou te enterram sob toneladas de neve para te desenterrarem décadas depois.

Após isso você tem que escalar tal muro de seracs... que entra em avalanche o tempo todo... yep, montanha selvagem de fato. Aliás, tudo isso a apenas 400m abaixo do cume da montanha(ou seja, já na zona da morte).

Ahh, eu esqueci de mencionar a Zona da Morte. Esse é o nome que se dá para qualquer altitude maior do que 8.000m. É a altitude a qual o corpo humano não pode mais se adaptar à falta de oxigênio(1/3 da quantidade ao nível do mar). Nessa zona, o escalador pode passar no máximo umas 18 horas, contanto que tenha garrafas de oxigênio para usar. Se 18 horas parecem bastante tempo, tente fazer uma expedição à montanha mais próxima e note o tempo que leva para completar a subida. É muito pouco tempo.

A extrema altitude é, por si, a maior assassina não só no K2, mas em todas as grandes montanhas do mundo. Conforme o ar se torna rarefeito, começa a se tornar difícil pensar com clareza, o que leva a erros mundanos, que em uma montanha, matam. Caso isso não te mate, a altitude pode te matar diretamente também. Entram em Cena o HAPE e o HACE, coletivamente chamados de HAS(High Altitude Sickness).

O HAPE(High Altitude Pulmonary Edema) consiste no acúmulo de líquido nos pulmões, o que leva à morte por asfixia(Muito similar à Pneumonia). O HACE(High Altitude Cerebral Edema) funciona da mesma forma, porém o líquido se acumula na cavidade cerebral. Ambos podem matar em questão de horas se não forem devidamente tratados, o que não pode ser feito a grandes altitudes.

Mas, superando todos os obstáculos, o aventureiro determinado alcança o cume da montanha pouco antes do nascer do sol, e tem a oportunidade de assistir a montanha lançar a sua sombra pela terra enquanto o sol sobe no céu. Com certeza uma experiência que muda a vida das pessoas.
Vai um pouco mais pra trás...mais um pouco... Oops




sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Expedição Antiga: Turquia pt2

Agora sim! O que Istambul teve de bom e velho turismo, a Cappadoccia teve de radical, acompanhado da minha mãe, da Claudinha (que, aliás tem um blog te viagens também, passarei o link no final do post), e da filha dela, a Marina. Mas antes, para quem não sabe, a Cappadoccia é um deserto na Área oriental da Turquia.

Mundialmente conhecida pelo seu comércio de ventiladores

O deserto em si é um platô enorme coberto de chaminés de pedra, nas quais os Hititas construíam suas casas durante a era do bronze. coberto de canyons e muralhas naturais, é tudo o que um esportista poderia querer.

A primeira viagem foi a exploração de uma caverna Hitita com milhares de anos de idade. A caverna possui 12 andares, dos quais apenas 9 são abertos ao público (uma vez que os últimos 3 estão inundados). A caverna foi desenhada de forma a abrigar dezenas de famílias confortavelmente, incluindo sistema natural de ar condicionado (ao estilo dos cupins).

Anyway, a caverna é enorme, e eu juro solenemente que não roubei nenhuma pedra milenar no caminho de volta.

Solenemente
"Lar doce lar"
Também tivemos a oportunidade de conhecer as chaminés utilizadas como casa, e descobrir toda a cultura religiosa e pragmática do povo mesopotâmio. Bom, pelo menos uma parte dele.

 Radical? Não muito, mas esse foi apenas o aquecimento.


No dia seguinte, a atração foi uma cavalgada pelo cenário Cappadocciano. A cavalgada em si estava designada para ser apenas uma lenta marcha pelos cenários. Depois de puxar o dono dos estábulos para o canto e falar para ele que eu era um hipista de competição, ele me voltou com um cavalo muito mais vivo do que o pangaré que eu estava recebendo. A meio caminho da cavalgada, um dos cowboys me sinaliza para ficar atrás do grupo. Após pegarmos uma trilha secundária, ele me desafia para uma corrida. Foram uns 20 minutos a galope(sim, eu perdi a corrida, perdi feio) antes de encontrarmos o restante do grupo já de volta nos estábulos.

Caramba faz tempo que eu não ando a cavalo.


Dia três foi a cereja do bolo: Somo apresentados com uma fileira de Quads esperando por nós. Não há muito o que se dizer. Se você nunca andou a 60km/h por entre os canyons e chaminés de pedra, sem uma alma viva em vista, não posso de forma alguma traduzir a sensação. Se você já andou, você não precisa de mim para lembrar.
Isso é tudo o que eu tenho de fotos. Achou o que, que eu ia parar para tirar fotos? Para coisa alguma, aliás


Terno no sol do deserto? Delícia.

Dia quatro foi um dia social. Como estávamos em uma viagem empresarial, foi o dia de todos nos reunirmos, comermos um bom prato de comida gourmet, e agradecermos a todos que tornaram a viagem possível. Com direito a um pedido de casamento ao som de "Bridge over Troubled Water", provido por mim e minha mãe.Comemos, bebemos e, no meu caso, não dormimos também.





Dia cinco foi a finalização, uma viagem de balão de ar quente pelo deserto. A primeira coisa que me impressionou foi o tamanho dos balões. Nunca imaginei que poderiam ser tão enormes. Demoraram quase uma hora para encher, mas depois, subimos acima das nuvens e passamos umas boas duas horas sobrevoando o deserto.

e pelo visto não fomos os únicos

E com isso, terminamos a nossa incrível expedição à Cappadoccia. O difícil foi aturar as 16 horas de vôo acumuladas na volta, mas com um comprimido para dormir, eu não acordei nem com o avião decolando rsrs.

tl;dr
 Nada disso, volte lá e leia.

Blog da Claudinha: http://www.escritinhospelomundo.blogspot.com.br/

Nota:
 Aventura: 8/10
Beleza Natural: 10/10
Diversão: 10/10


Mais fotos:

domingo, 16 de dezembro de 2012

Expedição Antiga: Turquia pt.1

Em 2011, eu tive, junto com a minha incansável mãe e nossas amigas Claudia e Marina, a oportunidade de conhecer um dos países mais bonitos do oriente médio: A Turquia.


 Ao contrário das maioria das minhas outras expedições, a viagem à Turquia foi uma experiência única pelo enorme acervo cultural presente no país, que é por si só muito mais antigo que a maioria das civilizações modernas.


Tipo, realmente antigo.
Nossa primeira parada foi a cidade de Istambul, antiga Constantinopla. Imaginem São Paulo, só que sem o governo brasileiro pra arruinar a cidade. Lá tive a boa-aventurança de conhecer um pouco da cultura islâmica, assim como uma das maiores obras arquitetônicas de toda Europa: A catedral de Santa Sofia, com sua impressionante cúpula coberta de vitrais, que domina a paisagem da cidade.

Minha mãe e sua amiga, Cláudia, no interior da catedral, incrivelmente não sendo apedrejadas.

Claro que não estamos perdidos querida, é só virar a....uhh...esquerda?
Após a visita à catedral, fomos guiados até um lugar conhecido como  o Grande Bazar, um imenso mercado coberto, aonde não se encontram etiquetas em mercadoria alguma. Toda compra é feita através de um processo de pechincha. E é bom saber pechinchar direito, senão você irá pagar preços altíssimos por qualquer produto. Aconselho também a comprar um mapa do bazar. O lugar realmente é imenso.

Lá se encontra todas as mercadorias inúteis que se poderia desejar. Por ser o único fluente em inglês do nosso grupo, acabei sendo designado o barganhador oficial. É um esporte divertido, e saímos com as malas um tanto quanto mais cheias de lá.




No âmbito geral, foi uma semana muito prazerosa. A população turca é muito bonita, e a cidade em si é uma maravilha. Ficamos hospedados no luxuoso Four Seasons Hotel, com vista para o estreito de Bósforo.


No terceiro dia, colocamos nossas melhores roupas e fomos para uma entrega de prêmios. Tivemos shows com dançarinos locais, e pudemos tirar fotos com atores fantasiados de sheiks (com direito à barba postiça tabajara)

Foi difícil resistir à tentação de puxar a barba do cara.
Para finalizar a semana com chave de ouro, fomos a uma festa em um dos bares turísticos turcos, um lugar onde pudemos apreciar uma boa refeição local e nos divertir tentando aprender a dançar a dança do ventre (e falhando miseravelmente).


tl;dr

A Istambul foi uma das cidades mais bonitas em que já estive. Recomendo a visita.

 Nota:
Aventura:0/10
Beleza Natural:10/10
Diversão:10/10


Mais fotos:





















terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Expedição Antiga: Skydiving

Apesar de somente agora eu ter voltado ao meu estilo de vida radical, o período de intervalo foi marcado por algumas ocasiões um tanto quanto radicais.

Também considerado o melhor local para se vender ventiladores
Uma dessas, que gostaria de dividir com vocês, é a prática do skydiving em na cidade de Boituva, no interior de São Paulo. Boituva é considerado o melhor local para se praticar skydiving porque o nível de precipitação é extremamente baixo, e a visibilidade do céu raramente cai abaixo de 60 Milhas (98Km).

Para quem não sabe, o skydiving é um esporte no qual o indivíduo pula de lugares altos na esperança de que um pedaço de pano pare sua queda de modo a não quebrar todos os ossos do corpo.


A expedição foi feita em julho de 2011, me acompanhando estavam a minha incansável mãe, e meus colegas de trabalho do outback de moema. Após uma viagem de carro de 1 hora, chegamos na pista de pouso/decolagem.

 Lá, somos instruídos sobre como devemos agir durante o pulo. Skydivers experiêntes fazem o pulo sozinho. Nós, reles mortais, somos presos a um instrutor que vai cuidar da parte técnica do pulo, enquanto nós podemos nos concentrar em coisas mais importantes (como, por exemplo, não entrar em choque).
Ou aliviar a bexiga

Após o retorno do grupo anterior, somos levados a bordo de um Cessna (avião) até 12.000 pés de altura, aonde ocorre o salto. Essa é a parte mais difícil, ver o avião subindo sem parar da janela do compartimento de carga. Mas aí já é tarde demais para desistir, entrou no avião tem que pular.




O pulo em sí é curto no ambito geral, mas quando se está a 12.000 pés de altura em queda livre, o pulo dura mais ou menos 1 hora. Decidi cuspir a bala que o instrutor me deu, o que foi uma boa idéia, senão eu com certeza teria engasgado nela. Cheguei no chão com o coração a milhão, e a adrenalina correndo solta pelo corpo. Minha mãe precisou de ajuda para se levantar.

No ambito geral, o salto vale muito a pena. Foi, de longe, a maior descarga de adrenalina que eu já sentí, e espero poder saltar denovo no futuro próximo.


Para os interessados, somente o pulo custa R$60,00 por pessoa, e adicionais são cobrados dependendo dos extras(fotos, gravação de video, etc.) podendo chegar a R$320,00 por pessoa.

Uma boa companhia por lá é a skycompany, que foi com a qual eu pulei. O serviço é rápido e conciso, o atendimento é bom e a experiência inesquecível.Chegando lá, pergunte pelo Jajá.




tl;dr

Skydiving em boituva = mutcho loco!


Nota:
Aventura:8/10
Beleza Natural: 6/10
Diversão:10/10

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Cascading em analândia.

Marcando o início da minha jornada, eu decidi por um local muito bonito logo aqui, no interior de são paulo. Me acompanhando estavam minha incansável Mãe, Luciana, e minha linda namorada, Alexsandra.

A montanha é chamada "Morro do Cuscuzeiro". É um cume rochoso com 900 metros de altura, dos quais a maior parte é uma encosta pouco íngreme coberta de vegetação atlântica, e um...Cuscuz? de rocha com approx. 50 metros de altura.


Alguma semelhança?

O plano era de escalar a face sul da montanha, uma escalada extremamente simples, mesmo para amadores, com pouco mais de 4 metros, e fazer o rapel pelo paredão de 40 metros. Depois, usando a mesma corda, eu escalaria o tal paredão, e desceria novamente de rapel.

A viagem foi um fracasso. O nosso guia se esqueceu que tinha que guiar um grupo montanha acima, e não pudemos encontrar nenhum outro guia em tempo hábil. Portanto, ao invés de subirmos a montanha, optamos por fazer um rapel de 50 metros em uma caixoeira local, a cascata da Bocaina.

Uma curta viagem de carro até os arredores da cidade, e voilá, estavamos praticamente na caixoeira. Após os guias montarem as proteções, iniciamos o rapel.

O rapel em si dura pouco tempo, mas foi uma experiência gratificante, especialmente no calor do meio-dia. Descí pelo lado da cascata, e cheguei firme e forte embaixo, aonde pude admirar o cenário magnífico.


E pude me sentir um minerador com esse capacete

A beleza do lugar foi diminuída em parte pelos bêbados que decidiram tomar banho de rio. Com o rico vocabulário de duas palavras (ÊÊ, aÊ) repetidas a cada 15 segundos, acabei me irritando e voltando para a trilha mais cedo.

tl;dr

O banho de caixoeira é refrescante e divertido; Não beba e tome banho de rio.

Nota:
Aventura: 3/10
Beleza Natural: 8/10
Diversão: 5/10 

Mais fotos:

Um bom começo...

Olá! Sejam bem vindos ao meu blog. Meu nome é Gabriel, e desde pirralho pratico esportes de aventura. A 3 dias atrás, decidi voltar a praticar um esporte que, por muito tempo, deixei esquecido no fundo da prateleira:a escalada.

 Para os que não sabem, a escalada é um esporte aonde o sujeito usa seus membros para subir... o que quer que esteja por perto.

Meu objetivo com esse blog é relatar as minhas futuras experiências e expedições, não só no esporte da escalada, mas também em todos os esportes que não envolvam correr atrás de uma bola. Antes de terminar os meus posts neste blog(seja por invalidez, morte ou puro sedentarismo), eu terei organizado uma expedição ao segundo cume mais alto do mundo: o K2.

O cume é feito de ossos de escaladores e de cabras desavisadas.


Localizado na cordilheira de Karakoram, na divisa entre o Paquistão e a China, o K2 é conhecido como "A montanha selvagem", por ser uma das montanhas que mais matam escaladores no mundo(a cada 4 pessoas que alcançam o cume, 1 morre.). A escalada em sí é considerada muito mais desafiadora do que a do seu primo famoso, o Monte Everest.

Mas antes de eu arriscar o meu pescoço tentando subir essa pedra paquistano-chinesa, vou explorar algumas atrações turísticas mais próximas.

Muito obrigado a todos que forem acompanhar essa aventura vitalícia comigo. Para aqueles na área de São Paulo que estiverem interessados em montanhismo e outros esportes radicais, estarei sempre contente em conhecer lugares novos. Uma mensagem privada é um começo na hora de organizar novas expedições.

E para todos os Aventureiros de plantão, boas aventuras!