sábado, 26 de janeiro de 2013

Esquel dia 3: Escalada

Após ficar no pé do dono da produtora por alguns dias, a vitória foi pelo cansaço, e fomos filmar a escalada de uma rocha chamada "La Palestra".

Como eu já havia dito antes, a escalada é o meu esporte predileto no momento. A dificuldade foi encontrar pessoas com experiência em escalada em Esquel. Foi somente 3 dias antes de voltar para o Brasil que encontramos um guia local.

Bom, hora de apertar o cinto e sair para escalar.


A Palestra é uma formação rochosa com aproximadamente 30m de altura. Por toda a volta estão fixos bolts usados para a escalada guiada.

Passamos toda a tarde escalando, enquanto a equipe da Z Producciones nos filmava de todos os ângulos. Como sempre, esqueci totalmente de trazer protetor solar. Ouch.

Escalei até não aguentar mais. Meu limite foi uma via 6sup. Durante o crux(parte mais difícil da via) eu sofri uma queda de ~5 metros. Até aí tudo bem. Um pouco depois bati o joelho em uma pedra, bem em cima do nervo, o que deixou minha perna inteira dormente. Consegui passar o crux, mas não atingi o topo da via.

O que valeu a noite foi ver o nosso cameraman descer do topo da via por rapel e chegar ao chão branco que nem papel.

Quando o programa estiver editado, vou postar aqui a parte do video referente à Palestra. Até lá, toodle-oos!

Nota:
Aventura: 8/10
Beleza Natural: 10/10
Diversão: 7/10

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Esquel dia 2: Canopy

Filmar o primeiro quadro do programa levou a mim e ao Gustavo, nosso cameraman, até a base da cordilheira dos antes. Uma floresta de arvores velhas como as próprias colinas serviu de palco para a nossa aventura: o Canopy. Em português chamado de tirolesa.

O Canopy surgiu na Costa Rica, quando exploradores sentiram a necessidade de se locomover mais rápido pela floresta. De preferência longe do alcance de qualquer animal que tentasse come-los.

Demonstrando que a vida real è baseada em um filme de Michael Bay, a saída que encontraram foi estender um pedaço de corda entre a copa das arvores, e deslizar por essa corda a 70Km/h até chegar do outro lado.

E depois matar ursos pardos com as próprias mãos enquanto bebem uma cerveja light

É claro, depois que perceberam que o que estavam fazendo era, essencialmente, um esporte radical, decidiram que todas as pessoas do mundo deveriam ter acesso ao que veio a ser chamado de Canopy.

Aqui em Esquel, o canopy é feito na base da cordilheira dos Andes. consiste em três linhas de 100 metros, e duas linhas de 400m.

As três primeiras linhas são sossegadas, apenas como aquecimento. As duas ultimas são muito mais extremas, com o percurso de uma ponta a outra durando em torno de 1:30min.

Eu, de alguma forma, consegui não alcançar o final de nenhuma das cordas com o impulso sozinho. Então tive que escalar pela corda todas as vezes para chegar ao outro lado. Acho que devo ser tao magro que a resistência do ar é o suficiente para me parar hehe.

Mas no final a experiência foi muito gratificante. Ficamos embrenhados na mata até as 6:00 da tarde, o que me rendeu uma bela insolação. Desnecessário dizer que dormi como uma pedra quando cheguei em casa.

Nota:

Aventura: 5/10
Beleza Natural: 10/10
Diversão: 8/10

domingo, 13 de janeiro de 2013

Esquel dia 1: Rafting

Como estou sem câmera, só vou poder colocar fotos depois que os vídeos tenham sido processados, o que vai levar um tempo. Depois escreverei uma resenha sobre tudo o que fiz aqui com fotos e vídeos. E quem sabe vocês não vão me ver na ESPN quando eu voltar?

Ao contrário das minhas expectativas, o primeiro dia não foi feita a escalada do monte Nahuelpan. Ao invés disso fomos fazer outro esporte:o Rafting.

Apesar de me orgulhar de ser um amante dos esportes radicais, eu nunca tinha feito rafting antes, ontem foi a minha primeira vez. O Rafting consiste em descer as corredeiras de um rio em um bote inflável, tentando não ser jogado contra as pedras e morrer. Delícia.

Por que me chamam de suicida? Não entendo...
O rio que descemos chama-se Corcovado, fica no vale de Corcovado, a uma hora da cidade de Corcovado.

O Rafting durou em torno de 3 horas, com duas sessões principais, a primeira como aquecimento, sem grandes corredeiras, e a segunda mais radical, culminando com uma série de corredeiras nível 3 / 4. E um pulo de cima da ponte com uns 7 metros de altura, direto no rio geladinho abaixo(e com geladinho, eu estou falando de 4 graus Celsius).

Entre as duas sessões, tivemos uma pausa para lanche com os instrutores, aonde tive a chance de conhecer o pessoal que estava comigo. Por meu espanhol ser uma desgraça, para se dizer o minimo, ouvi mais do que falei. Porém tinha uma garota da nova Zelândia no grupo, então pude ter uma conversa de verdade, em inglês.

A vista do rio é incrível. Pode-se ver o início da cordilheira dos andes ao final das planices que rodeiam o rio. Montanhas realmente imensas rodeiam o vale(montanhas que, aliás, virei a escalar em alguns dias). Vocês tinham que estar aqui para ver.

Porém, no final a experiência deixou a desejar no quesito radicalidade. É muito divertido, porém tivemos mais tempo passando por entre as corredeiras do que tentando nao morrer e tudo mais. Mas é isso que eu ganho por fazer uma rota comercial. Próxima vez fico com a avançada.

tl;dr

 Rio lindo, àgua fria como gelo. Experimentem.

Nota:

Aventura: 6/10
Beleza Natural: 9/10
Diversao: 7/10

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Expedição: Esquel

Buenos dias a todos!

Hoje é o primeiro dia da minha expedição a Esquel, na Patagônia Argentina. Essa expedição é puramente voltada a esportes radicais.

A idéia é fazer tudo o que se há para fazer de radical em Esquel durante os próximos 10 dias, sendo filmado pela equipe de produção Z Produciónes. A filmagem final será mandada para a ESPN Brasil como a idéia de um novo programa sobre Turismo Radical na América Latina, estreando: yours truly.

Esquel é uma pequena cidade no sul da Patagônia, conhecida por suas altas montanhas e rios paradisíacos. Também conhecida por ficar debaixo de 1 metro e meio de neve 9 meses do ano.

Esquel no dia mais quente do ano
Nesse momento  porém, a neve só é vista no topo das montanhas.

Estarei aqui até o dia 20, postando diariamente sobre as aventuras que vou passar. Como sou uma pessoa precavida, acostumada a se preparar com grande antecedência para as minhas viagens, obviamente esqueci a minha câmera fotográfica em Sao Paulo. E nao vou voltar para buscar. Porém, serei seguido por uma equipe de cameraman que irá gravar em vídeo HD todos os esportes que eu fizer.

Até o momento, as atividades marcadas são: Montanhismo, Rapel, Canyoning, Cavalgada, Rafting, Escalada, e uma Tirolesa. Porque até aventureiros precisam descansar de vez em quando.

Tirolesa
Bom, chegou a hora de deixar vocês, caros leitores, e preparar a primeira aventura. A escalada do Monte Nahuelpan.


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Expedição: São Thomé das Letras

Feliz ano novo para todos!

Dizem que aquilo que você fizer durante o período do Réveillon será aquilo que você fará durante todo o ano seguinte. Se isso for verdade, então meu ano 2013 será muito interessante.

No dia 26 de dezembro fiz uma expedição à famosa cidade de são thomé das letras, na divisa entre Minas Gerais e São Paulo. Ficamos 3 dias por lá.

Dia 1:

Já fechar a barraca é outra história...
Atravessamos de carro os 365Km que separam são paulo da pequena cidade mineradora. Minha mãe foi dirigindo.

Para a acomodação, escolhemos um camping nos arredores da cidade, chamado "Camping do Delei", um local simples porém acolhedor, com bastante lugar para montar acampamento, fazer fogueiras e, ocasionalmente, apreciar uma boa cachaça mineira. Utilizamos barracas da marca Quéchua. Escolhemos essa marca por ser rápida de montar(coloca ela no chão e ela se monta sozinha em 15 segundos), leve e fácil de limpar. Quem acampa vai entender.



Bom, barracas montadas e estávamos prontos para começar a conhecer a área. Primeiro passo, conhecer as cachoeiras ao alcance de caminhada. O bonitão aqui não achou que iria querer entrar na agua e foi de calça. Entrei de calça mesmo. Infelizmente não lembramos de levar a câmera junto, então ficamos sem foto desse primeiro dia.

Cachoeira da Eubióse
Por termos chegado lá um tanto tarde, isso acabou sendo a única coisa que fizemos no primeiro dia. Voltamos para o camping, comemos e eu acabei indo dormir, enquanto o pessoal foi de novo para a cachoeira de noite.

Nota:
 Aventura:5/10
 Beleza Natural: 9/10
 Diversão: 8/10

Dia 2:

O segundo dia foi o dia de explorar as grutas de São Thomé da Letras. Saímos cedo, umas 9 da manhã e seguimos para a primeira das grutas: A gruta do sobradinho.


A gruta do sobradinho
A pouco mais de 1Km da cidade periférica de Sobradinho, a gruta com certeza foi um ponto alto da viagem. Um belíssimo canal de arenito, lentamente dissolvido pela água. a gruta possui 100m de extensão, aonde sequer um raio de luz chega e o explorador anda com água até os joelhos.

Agora é importante que comecemos a manter uma contagem de morcegadas na cara. Durante a travessia eu recebi uma e a minha mãe recebeu uma também.

Após atravessarmos os 100m da gruta, e passarmos por uma passagem tão baixa que o peito quase encostava na água, fomos recompensados com uma vista linda da cachoeira do sobradinho, uma piscina de água mineral bem na saída da caverna.

Prefiro a piscina do prédio. Grumpdy-doo.

Não tinha jeito né, uma água dessa a gente tinha que parar e tomar banho de rio. A água estava quentinha, apesar de que depois da água gelada da gruta, até os grandes lagos iriam parecer quentinhos.


Atravessamos uma ponte de madeira e descemos ao segundo nível da cachoeira, mais fundo e largo. Uma plataforma de terra na beira da piscina dava bastante espaço para pular de cima
1...2...3.. Vai Filhão!... Ai Carai...
Diversão 10, mira 0. Consegui acertar uma pedra com o joelho. Mas tudo bem, valeu a pena.

De lá, seguimos para a gruta do labirinto. Para os que forem visitar essa gruta, não tentem ir de carro. Uma cabra seria mais recomendada. A estrada é de pedra cheia de buracos, e quase não conseguimos chegar lá. Mas chegamos, olhe só!

Agora, o que a gruta do sobradinho tem de bonita, a gruta do labirinto tem de medonha. Cheia de passagens e bifurcações, tivemos que improvisar uma maneira de acharmos a saída, usando pedras e marcações nas paredes. Ao contrário da sobradinho, a labirinto não leva a lugar nenhum, e passando por uma passagem estreita, acabei levando outra morcegada na cara. Okay, me espremi para nada, a não ser ver mais morcegos e paredes.
Yuck
A gruta também está sempre lotada de despachos. Recomendo o lugar se vc quiser se assustar um pouco, mas eu não curti tanto assim.


Voltamos para o camping, e choveu copiosamente pelo resto da tarde. Nada que um bom jogo de tranca não resolvesse.

Dia 3

No terceiro dia, logo de manhãzinha, saí para o centro da cidade e contratei um guia de escalada para me levar para conhecer as pedras do local. O nome do guia é Valdeci, uma das autoridades locais de escalada. Ele me levou para um pico chamado de complexo do guardião, uma série de faces de arenito bastante erodidas com o tempo, mas bem sólidas.

A primeira via que eu testei foi a via dos marimbondos, top rope e pouco mais de 5 metros, apesar de ser um pouco difícil. o crux está logo na entrada, uma vez que se entra por baixo de um bloco de arenito.

Nessas horas o escalador percebe o quanto a falta de prática afeta a performance. Não consegui passar o crux de jeito nenhum. Depois de mais meia-hora escalando as vias ali por perto, levantamos acampamento e fomos para outra parte do complexo.


A segunda via que eu tentei escalar foi a via guardião, de 15 metros. Esse é o meu tipo de escalada, uma via aonde se pode passar mais tempo na escalada sem queimar toda a sua energia para passar um obstáculo qualquer. Escalei a primeira vez com top-rope sem problema nenhum.

E o onipresente capacete de minerador
Então, perguntei se o guia me deixaria fazer essa rota costurando. Ele falou que sim, sem problemas. Eu subi de novo e desci tirando todas as costuras que ele usou para chegar ao topo e montar o top rope. deixei só as costuras do top porque se eu tentasse tirá-las, acabaria descendo um pouco mais rápido do que eu gostaria.

E foi assim a minha primeira escalada com costura. sinceramente...é muito mais legal do que a top rope. Você consegue sentir o peso da corda te puxando para baixo, e sabe que se cair, vai cair pra valer. Mas consegui fazer a via sem quedas, umas três vezes, aliás(me empolguei um pouco).

No final, subi tirando todas as costuras da via, e dei a volta por cima da montanha para encontrar o Valdeci e voltar para a cidade. Nisso já eram meio dia.

Aviso: quando for escalar na pedra, usem filtro solar.

Eu não usei, queimei o pescoço, os braços e as costas. 



Dá-lhe cachoeira de novo, dessa vez a cachoeira do Flávio. Uma delícia, mas muito cheia pro meu gosto, acabamos não ficando tanto tempo assim.

No final da tarde, minha mãe chega com uma idéia maluca: vamos fazer uma tatuagem? Claro, vamos. Encontramos um estúdio no centro da cidade chamado japão. Entramos e em menos de meia-hora já tínhamos decidido as tatuagens e eu já estava fazendo a minha, um tigre na batata da perna. Velho isso doeu. Muito. Mas agora tenho mais uma lembrança de São Thomé das Letras. O tatuador é muito bom, muito bom mesmo.

paga com sangue e suor. E dinheiro, teve dinheiro também.
Chegamos exaustos no camping e nos preparamos para dormir. O dia seguinte foi o dia de arrumar as malas, fechar as barracas e pegarmos a estrada.


tl;dr

A cidade é muito boa para quem gosta de aventura e natureza, e um refúgio para escaladores. Recomendo.


Nota:
 Aventura:8/10
Beleza Natural: 10/10
Diversão: 9/10

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