terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Expedição: São Thomé das Letras

Feliz ano novo para todos!

Dizem que aquilo que você fizer durante o período do Réveillon será aquilo que você fará durante todo o ano seguinte. Se isso for verdade, então meu ano 2013 será muito interessante.

No dia 26 de dezembro fiz uma expedição à famosa cidade de são thomé das letras, na divisa entre Minas Gerais e São Paulo. Ficamos 3 dias por lá.

Dia 1:

Já fechar a barraca é outra história...
Atravessamos de carro os 365Km que separam são paulo da pequena cidade mineradora. Minha mãe foi dirigindo.

Para a acomodação, escolhemos um camping nos arredores da cidade, chamado "Camping do Delei", um local simples porém acolhedor, com bastante lugar para montar acampamento, fazer fogueiras e, ocasionalmente, apreciar uma boa cachaça mineira. Utilizamos barracas da marca Quéchua. Escolhemos essa marca por ser rápida de montar(coloca ela no chão e ela se monta sozinha em 15 segundos), leve e fácil de limpar. Quem acampa vai entender.



Bom, barracas montadas e estávamos prontos para começar a conhecer a área. Primeiro passo, conhecer as cachoeiras ao alcance de caminhada. O bonitão aqui não achou que iria querer entrar na agua e foi de calça. Entrei de calça mesmo. Infelizmente não lembramos de levar a câmera junto, então ficamos sem foto desse primeiro dia.

Cachoeira da Eubióse
Por termos chegado lá um tanto tarde, isso acabou sendo a única coisa que fizemos no primeiro dia. Voltamos para o camping, comemos e eu acabei indo dormir, enquanto o pessoal foi de novo para a cachoeira de noite.

Nota:
 Aventura:5/10
 Beleza Natural: 9/10
 Diversão: 8/10

Dia 2:

O segundo dia foi o dia de explorar as grutas de São Thomé da Letras. Saímos cedo, umas 9 da manhã e seguimos para a primeira das grutas: A gruta do sobradinho.


A gruta do sobradinho
A pouco mais de 1Km da cidade periférica de Sobradinho, a gruta com certeza foi um ponto alto da viagem. Um belíssimo canal de arenito, lentamente dissolvido pela água. a gruta possui 100m de extensão, aonde sequer um raio de luz chega e o explorador anda com água até os joelhos.

Agora é importante que comecemos a manter uma contagem de morcegadas na cara. Durante a travessia eu recebi uma e a minha mãe recebeu uma também.

Após atravessarmos os 100m da gruta, e passarmos por uma passagem tão baixa que o peito quase encostava na água, fomos recompensados com uma vista linda da cachoeira do sobradinho, uma piscina de água mineral bem na saída da caverna.

Prefiro a piscina do prédio. Grumpdy-doo.

Não tinha jeito né, uma água dessa a gente tinha que parar e tomar banho de rio. A água estava quentinha, apesar de que depois da água gelada da gruta, até os grandes lagos iriam parecer quentinhos.


Atravessamos uma ponte de madeira e descemos ao segundo nível da cachoeira, mais fundo e largo. Uma plataforma de terra na beira da piscina dava bastante espaço para pular de cima
1...2...3.. Vai Filhão!... Ai Carai...
Diversão 10, mira 0. Consegui acertar uma pedra com o joelho. Mas tudo bem, valeu a pena.

De lá, seguimos para a gruta do labirinto. Para os que forem visitar essa gruta, não tentem ir de carro. Uma cabra seria mais recomendada. A estrada é de pedra cheia de buracos, e quase não conseguimos chegar lá. Mas chegamos, olhe só!

Agora, o que a gruta do sobradinho tem de bonita, a gruta do labirinto tem de medonha. Cheia de passagens e bifurcações, tivemos que improvisar uma maneira de acharmos a saída, usando pedras e marcações nas paredes. Ao contrário da sobradinho, a labirinto não leva a lugar nenhum, e passando por uma passagem estreita, acabei levando outra morcegada na cara. Okay, me espremi para nada, a não ser ver mais morcegos e paredes.
Yuck
A gruta também está sempre lotada de despachos. Recomendo o lugar se vc quiser se assustar um pouco, mas eu não curti tanto assim.


Voltamos para o camping, e choveu copiosamente pelo resto da tarde. Nada que um bom jogo de tranca não resolvesse.

Dia 3

No terceiro dia, logo de manhãzinha, saí para o centro da cidade e contratei um guia de escalada para me levar para conhecer as pedras do local. O nome do guia é Valdeci, uma das autoridades locais de escalada. Ele me levou para um pico chamado de complexo do guardião, uma série de faces de arenito bastante erodidas com o tempo, mas bem sólidas.

A primeira via que eu testei foi a via dos marimbondos, top rope e pouco mais de 5 metros, apesar de ser um pouco difícil. o crux está logo na entrada, uma vez que se entra por baixo de um bloco de arenito.

Nessas horas o escalador percebe o quanto a falta de prática afeta a performance. Não consegui passar o crux de jeito nenhum. Depois de mais meia-hora escalando as vias ali por perto, levantamos acampamento e fomos para outra parte do complexo.


A segunda via que eu tentei escalar foi a via guardião, de 15 metros. Esse é o meu tipo de escalada, uma via aonde se pode passar mais tempo na escalada sem queimar toda a sua energia para passar um obstáculo qualquer. Escalei a primeira vez com top-rope sem problema nenhum.

E o onipresente capacete de minerador
Então, perguntei se o guia me deixaria fazer essa rota costurando. Ele falou que sim, sem problemas. Eu subi de novo e desci tirando todas as costuras que ele usou para chegar ao topo e montar o top rope. deixei só as costuras do top porque se eu tentasse tirá-las, acabaria descendo um pouco mais rápido do que eu gostaria.

E foi assim a minha primeira escalada com costura. sinceramente...é muito mais legal do que a top rope. Você consegue sentir o peso da corda te puxando para baixo, e sabe que se cair, vai cair pra valer. Mas consegui fazer a via sem quedas, umas três vezes, aliás(me empolguei um pouco).

No final, subi tirando todas as costuras da via, e dei a volta por cima da montanha para encontrar o Valdeci e voltar para a cidade. Nisso já eram meio dia.

Aviso: quando for escalar na pedra, usem filtro solar.

Eu não usei, queimei o pescoço, os braços e as costas. 



Dá-lhe cachoeira de novo, dessa vez a cachoeira do Flávio. Uma delícia, mas muito cheia pro meu gosto, acabamos não ficando tanto tempo assim.

No final da tarde, minha mãe chega com uma idéia maluca: vamos fazer uma tatuagem? Claro, vamos. Encontramos um estúdio no centro da cidade chamado japão. Entramos e em menos de meia-hora já tínhamos decidido as tatuagens e eu já estava fazendo a minha, um tigre na batata da perna. Velho isso doeu. Muito. Mas agora tenho mais uma lembrança de São Thomé das Letras. O tatuador é muito bom, muito bom mesmo.

paga com sangue e suor. E dinheiro, teve dinheiro também.
Chegamos exaustos no camping e nos preparamos para dormir. O dia seguinte foi o dia de arrumar as malas, fechar as barracas e pegarmos a estrada.


tl;dr

A cidade é muito boa para quem gosta de aventura e natureza, e um refúgio para escaladores. Recomendo.


Nota:
 Aventura:8/10
Beleza Natural: 10/10
Diversão: 9/10

Mais fotos:









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